Em outra ocasião, já falamos sobre a floresta no quintal da nossa unidade em Estância Velha/RS. Nesta vasta área, entre a predominância das frondosas árvores há também uma grande diversidade de animais silvestres nativos. Com frequência avistamos alguns habitantes peculiares. Hoje, falaremos especialmente dos macacos-prego.
Estes primatas são da espécie Sapajus nigritus, endêmica da Mata Atlântica, ocorrendo no sul e sudeste brasileiro, bem como no nordeste argentino. São mamíferos de médio porte, com o corpo medindo entre 42 e 56 cm, e cauda medindo entre 51 e 56 cm. Os indivíduos adultos pesam entre 2 e 4 kg. Apresentam uma dieta bem diversificada, alimentando-se de ovos de aves, pequenos vertebrados, seiva, folhas, bulbos, sementes, frutos e insetos. Vivem em grupos estáveis de 6 a 30 indivíduos, dependendo das condições do ambiente, sendo seus hábitos geralmente diurnos.
A espécie desempenha um papel fundamental em ao menos dois importantes processos ecológicos: dispersando sementes nas matas onde habita e no controle populacional de insetos indesejáveis.
Muitos estudos são realizados neste grupo de primatas, pela sua grande capacidade cognitiva, incluindo as habilidades na utilização de ferramentas na natureza, assim como a cooperação entre os indivíduos e outros comportamentos sociais interessantes.
Devido à redução dos ambientes naturais tem se tornado comum o avistamento desses macacos em áreas urbanas e rurais, para buscar alimentação. Isso faz com que sejam expostos aos ataques humanos e de animais domésticos. Diante desses impactos negativos, não é indicado alimentá-los em vida livre.
A preservação e a expansão das florestas nativas, juntamente com o desenvolvimento de corredores ecológicos, são grandes aliados na conservação dessa e de tantas outras espécies da nossa fauna e flora.
Ao cooperarmos com o ambiente onde vivemos, contribuímos para a qualidade de vida e damos mais um passo em direção ao desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.
Fonte das informações: ICMBIO, Fauna Digital UFGRS, Museu Cerrado, Embrapa